O escândalo dos ajustes diretos a sociedades de advogados
Vou-vos contar, aqui, mais um caso difícil de entender. Nenhum contribuinte, em Portugal, pode entender isto.
Num momento em que o Governo manda todos os portugueses apertarem, apertarem, apertarem, como é que é possível esse mesmo Governo, entidades públicas e institutos entregarem, por ajuste direto, a sociedade de advogados pareceres jurídicos e outras ações no valor de milhões de euros? Como é possível? Como é que isto é possível?
Como é possível criticar-se os ajustes diretos que foram feitos, ou quase diretos, que foram feitos das escolas, criticar-se a Parque Escolar com centenas de obras, um pouco por todo o país, e, agora, este mesmo Governo (veio-se a saber) fez ajustes diretos a sociedades de advogados para elas emitirem pareceres ou fazerem outras ações.
Ao que se apurou, 5 milhões de euros...!
E, ao que se apurou, a 4 sociedades de advogados...!
E os outros? E os outros advogados? E as outras sociedades de advogados? Não têm direito a poderem concorrer? Porque não?
O bastonário da Ordem dos Advogados diz: "A atribuição destes pareceres tem de ser feita através de concurso público".
Isto tem de ser colocado num site próprio para que todos os advogados possam concorrer, dizer os seus valores, apresentarem-se para poderem também usufruir de um bocadinho desse dinheiro.
Foram sempre as mesmos a ganhar, as sociedades de advogados. A sociedade Sérvulo Correia é a primeira da lista, aquela que mais dinheiro tem ganho.
Mas, como isto é possível? Mas, como isto é possível? O sol quando nasce, é para todos...
O governo tem o dever de distribuir bem o dinheiro. O Governo não pode continuar mais este tipo de ações.
O Xerife Penas vai continuar a alertar para algumas injustiças.
Desta vez, temos aqui o bastonário da Ordem dos Advogados a massacrar o próprio Governo e a dizer que isto está mal. E isto está mal!
Eu conheço vários advogados. Dezenas e dezenas de milhares de advogados estão a passar muito mal, muito mal. O apoio judiciário é pago tarde e a mais horas, é pago tarde e a mais horas... Alguns advogados têm que se deslocar, têm que, por exemplo, estar de turno, muitas vezes sem ganharem quase nada...
Esta classe está a ser desprotegida pelo Governo, pelo Ministério da Justiça.
Nós temos de alertar para isto!
Quando olhamos para as nossas universidades e para as nossas faculdades de Direito, o que é que vemos? Milhares de jovens, milhares de jovens que vão ser lançados às feras e não têm nenhuma certeza no seu futuro. E o Governo, ainda por cima, ajuda quem já está no mercados há muitos anos e que são os gurus, que são os dominadores dos lobbies.
Isto é mais um caso de injustiça praticado por quem nos governa!
Mas, sobre este caso, o Xerife Penas falou, tá falado!
Menino de 10 anos faz apelo dramático ao banco para salvar a casa da família
Agora, mais uma família que está a ser vítima dos apertos, dos apertos económicos e financeiros que o nosso país está a passar...
Tempos houve em que qualquer cidadão que se deslocasse a um banco e dizia: "Eu quero que me emprestem dinheiro para comprar uma casa", o bancário e a instituição bancária pedia-lhe os dados, quanto ganhava, o seu agregado familiar e, quase sempre, o empréstimo era concedido.
Pois é...
Mas, mais... Muitas vezes, os bancos diziam: "Por que é que não compra um carro? Compre já a mobília que nós vamos avaliar a sua casa em muito mais dinheiro. A sua casa não vale mais do que o valor do empréstimo. Por que é que não compra já tudo?"
E as pessoas compravam.
Pois é...
E agora?
Uma família de Massamá, de que eu não vou dizer o nome, de Massamá, Sintra, é uma das muitas, das milhares, das milhares que, neste momento, está em risco de ter que entregar a sua casa ao banco e vir morar para a rua!
É verdade! É a verdade nua e crua... vir morar para a rua!
Mas, se este caso não tivesse uns contornos especiais, eu não estaria, agora, aqui a falar dela.
Pois é...
Mas, este caso tem uma carga dramática, muito dramática!
Você que está aí em casa, tem aí um filho ou uma filha, uma criança de 10, 11, 12 anos que gosta de lhe dar tudo, que quer que ele tenha o essencial. Você já viu o que essa criança sofreria se viesse a descobrir que você está com grandes dificuldades económicas e que está em risco de ir morar para a rua? Você já viu o sofrimento dessa criança, dessa, dessa que está aí ao seu lado? Você já viu?
Pois é...
Isto aconteceu...
Um menino de 10 anos, 10 anos, triste, descobriu que a mãe estava com grandes dificuldades para poder continuar a pagar o apartamento onde moram. E conseguiu ver, no e-mail da mãe (porque os miúdos dominam já muito bem as novas tecnologias), ele conseguiu perceber que através de mensagens trocadas, via e-mail, com o banco, de que a mãe estava em risco de ter de entregar o apartamento porque já tinha prestações em dívida.
O miúdo ficou apavorado.
O miúdo não sabia o que fazer.
Mas, agora, repare o instinto deste miúdo...
Ele disse: "Tenho um irmão de 20 meses, tenho um irmão de 20 meses, a minha mãe deixou de pagar para nos alimentar..."
É triste, não é? É muito triste, isto, mas mesmo, muito, muito, muito triste!
Nós fomos indagar... fomos ver se isto era verdade... fomos ver se isto era verdade...
Isto é tudo verdade!
A mãe deste miúdo ganha 700 euros, mas tem, ainda por cima, uma parte deste ordenado penhorado. Deve 50 000 euros, deve 50 000 euros...
Este miúdo escreveu para jornais, escreveu para televisões, escreveu para o banco em causa... Este miúdo de 10 anos... Imaginem... 10 anos... está a fazer tudo por tudo para não vir morar para a rua!
É uma história tremendamente triste!
Como é que este miúdo pode estar, pode estar concentrado naquilo em que devia estar, que era na escola, nos estudos? Como é que ele pode estar concentrado?
Esta família tem de ser ajudada!
Esta família é o exemplo de milhares que, agora, têm de ser ajudadas!
Aqueles que andaram durante muitos anos a ganhar milhões e milhões e milhões à custa destas pessoas têm, agora, o dever de ajudar, têm, agora, o dever de ajudar!
É um caso tremendo!
Este miúdo espera, a todo o momento, uma ordem do tribunal para abandonar a casa.
Esperemos que isto não venha a acontecer! Esperemos que isto não venha a acontecer!
Estamos, aqui, a formar uma pessoa, para além daquela criança de 20 meses, que vai ficar marcado para a vida com este episódio. Isto é mais um exemplo daquilo que os senhores do dinheiro fizeram este país. E, agora, esses mesmos senhores do dinheiro querem fugir, querem fugir às suas responsabilidades, não querem ajudar quem ajudou a que eles enriquecessem...!
Sobre este caso, o Xerife Penas falou, tá falado!
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