sexta-feira, 3 de maio de 2013

O povo é quem mais ordena, mas o governo é quem mais decide e cada vez mais e pior

O povo português cada vez mais tem vindo a entoar aquele já se podemos qualificar de hino contra a austeridade, a Grândola Vila Morena. Os primeiros cânticos de revolta fizeram-se ouvir em plenário da Assembleia da República, Casa da Democracia Nacional, em alto e bom som, quando o Primeiro Ministro fazia a sua intervenção o debate quinzenal de 15 de fevereiro deste ano que tem sido tão dramático para os portugueses que sofrem cada vez mais das medidas repetidas e infrutíferas de austeridade.

Vamos relembrar esse dia...

 
Pois é... E até tinha graça se não fosse tão trágico...

É que se o povo clama é com a voz embargada, é com a "corda na garganta"...

Mas, de nada valeu... As medidas de austeridade sucedem-se a um ritmo assustador e ao mesmo ritmo se descobrem buracos e mais buracos financeiros...submarinos, reformas milionárias pagas a jovens de quarenta e poucos anos, mordomias escandalosas de alguns políticos, BPN, contratos swaps... Enfim...

E a lista vai crescendo, e os cofres do Estado sem dinheiro... E mais austeridade... e mais escândalos financeiros... E mais cânticos entoados... e mais manifestações... E nada! Mais austeridade! 

Hoje, foram os reformados que se insurgiram contra as medidas de austeridade que vão assolar a Segurança Social.  

Pois, por aplicação do dito "fator de sustentabilidade", está previsto o aumento da idade da reforma (que corresponde a um aumento de 5 meses de trabalho aos 65 anos). 

Mas, não é só o aumento da idade da reforma! 

Outras medidas se vão somar a esta, como menos férias, mais descontos para a ADSE, aumento do horário de trabalho e redução dos suplementos remuneratórios.

E vamos ainda ver o que mais nos espera com as medidas que Passos Coelho vai anunciar ao país...

O que é certo é que há muito que o povo português tem razão para se revoltar contra estas medidas cegas. sobretudo porque não só não estão a resultar, como estão a levar Portugal para a miséria, colocando a economia nacional de rastos!

E o pior é que o povo manifesta-se ainda de forma relativamente ordeira e ouve afirmações de quem está a receber uma reforma milionária desde os seus 42 anos à custa dos nossos impostos segundo as quais, passo a citar: ""Este não é o lugar de manifestações e eu pedia aos senhores que saíssem das galerias (...) Não ajuda à democracia o que os senhores estão a fazer".






Pois, o Xerife Penas diz que a democracia tem regras, mas a democracia também tem limites que os governantes têm de respeitar, e desde logo, os direitos, princípios e garantias constitucionalmente garantidos! E lembrem-se que o povo é mesmo quem mais ordena... porque Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária" - artigo 1.º da Constituição da República Portuguesa.



Xerife Penas falou, está falado!



domingo, 28 de abril de 2013

Mais um buraco de três milhões de euros nas finanças nacionais

E vai mais um buraco nas finanças nacionais...

E esse buraco pode vir a sugar mais três milhões de euros!

Já não chegava o BPN, as parcerias publico-privadas... e afins...

Agora, são os swaps!

Mas, afinal, o que são os swaps?



São contratos financeiros que consistem em contratos de financiamento bancário em que o risco da subida da taxa de juro é salvaguardada pela sua fixação. São assim  contratos que, numa fase de incerteza de evolução da taxa de juro podem ser vantajosos. Mas, que podem ser lesivos numa fase de descendência dessa mesma taxa de juro. 

Ou seja, mesmo numa versão simplificada, esses contratos constituem um risco de perda na vantagem que poderia ser a descida da taxa de juro.

Mas, pior do que isso, algumas empresas públicas celebraram contratos dessa natureza submetidos a outras variantes como a cotação na bolsa de certos valores, como o ouro ou o petróleo, ou a cotação de certas empresas ou ainda a variação da taxa cambial do dólar, por exemplo. E, aqui, é que o risco tornou-se incontrolável...

Daí, as perdas de certas empresas públicas serem cada vez mais devastadoras para a sustentabilidade das finanças nacionais...

E pior do que isto, foi que o Estado obrigou certas empresas privadas que pretendessem celebrar contratos com o Estado também contraíssem empréstimos baseados nestes contratos altamente especulativos...

Ou seja, se ainda não sabemos as implicações destes contratos para as finanças nacionais, imaginem as consequências para a economia nacional...
Muito pouco ainda sabemos sobre tais implicações e consequências, uma vez que o Ministério das Finanças ter alegado ser do interesse nacional não as revelar. Mas, podemos imaginar...!






Quantas mais surpresas nos esperam?! 

Por enquanto, só algumas cabeças rolaram... Mas, não é suficiente! 

Por que razão o Ministério das Finanças demorou dois anos e analisar esses contratos?!

Por que razão só agora o Estado começou a renegociá-los?! 


Xerife Penas falou, está falado!