Há uns dias atrás, no Programa “Política Mesmo”, emitido pela TVI 24, D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas, não teve pejo em dizer que o Governo liderado por Passos Coelho é “profundamente corrupto”. Aliás, D. Januário tendo apelidou alguns ministros desse mesmo governo de “diabinhos negros”, comparando-os com os seus antecessores que qualificou de “anjos”.
Pois é…
O bispo das Forças Armadas refere ipsis verbis: “Há jogos atrás da cortina, habilidades e corrupção. Este governo é profundamente corrupto nestas atitudes a que estamos a assistir (…)”. E acrescenta: “Eu não acredito nestes tipos, porque são equívocos, porque lutam pelos seus interesses, porque têm o seu gang, porque têm o seu clube (…)”.
As reações e as críticas não se fizeram esperar e o Governo, usando como porta-voz, o próprio Ministro da Defesa, contra-atacou desafiando D. Januário a apresentar factos que sustentassem a sua opinião e, num tom de alguma ameaça velada, tentou afastar D. Januário de fazer análise politica…
Mas - pergunta o Xerife Penas e pergunta você aí em casa - será que um membro da Igreja não pode analisar politicamente factos que atentam ao Estado Democrático…? Será que até não é sua obrigação denunciar situações que comprometem o regular desenvolvimento da sociedade…? Será que não pode exercer este elementar direito de cidadania só porque pertence a uma ordem religiosa…?
Pelos vistos, parece que não e até parece que tem de carrear provas do que alega…!
Pois é…
Mas, não foi preciso esperar muito para que o Ministério Público se encarregasse de dar, de alguma forma, razão a D. Januário já que deu cumprimento a mandados de busca com o objetivo de “esclarecer e investigar a intervenção e conduta dos acessores financeiros do Estado nos processos de privatização da EDP e da REN”.
Ora, quem interveio nesses processos de privatização da EDP e da REN? Você sabe? Você que está aí em casa, sabe?
Pois... imaginem só...
Os responsáveis pela acessoria do Estado nos dois processos de privatização foram a Caixa BI e a Perella Weinberg.
Diz-lhe alguma coisa? Não...?
Pois... ao Xerife Penas também não dizia nada... Mas, o Xerife Penas investigou... investigou. E sabem o que é que o Xerife Penas descobriu? Eu vou dizer-vos, vou partilhar convosco o que descobri...
Quem interveio, em primeira mão, nesses processos de privatizações milionárias terá sido o próprio Ministro das Finanças, Vítor Gaspar... Sim, o Senhor que detém a pasta das Finanças e que deveria zelar pela gestão dos dinheiros públicos!
Terá sido ele, o chefe das Finanças de Portugal, quem insistiu para que a Caixa Geral de Depósitos subcontratasse a Perella Weinberg para acessorar o Estado na venda da EDP e da REN e que culminou na aquisição de 21,35 por cento da EDP pelos chineses da Three Gorges e de 40 por cento da REN pela State Grid e pela Oman Oil.
Meus caros, digam lá se isto não é revoltante! Digam!
E mais, sabem porque é que o Ministro das Finanças terá insistido na subcontratação da Perella Weinberg?
É que os administradores da Caixa Geral de Depósitos, António Nogueira Leite e Nuno Fernandes Thomaz opuseram-se a essa subcontratação... E sabem porquê?
Porque a Perella Weinberg nem sequer tinha experiência no domínio dos negócios ligados às energias!
Imaginem só... a Perella Weinberg nem sequer tinha experiência no domínio dos negócios ligados às energias!
Então qual é o fundamento de tal insistência...? Bem, é conhecida a amizade entre o Ministro das Finanças e Paulo Cartucho Pereira, o sócio da empresa Perella Weinberg...
Mas, ainda há mais...
Sabem quanto recebeu de comissão esta empresa norte-amaricana pela sua acessoria nestes negócios de milhões que pauperaram ainda mais os nossos cofres nacionais? Sabem?
A Perella Weinberg recebeu 7,5 milhões de euros de comissões pela sua intervenção no negócio... 7,5 milhões de euros! Sim, porque, na totalidade o negócio rendeu em comissões para a Caixa BI e a Perella Weinberg, 15 milhões de euros que, ambas, partilharam entre si em parte~s iguais... 15 milhões de euros!
Ou seja 7,5 milhões de euros foram diretinhos para engrossar a economia norte-americana.
Pois... é que a nossa economia está em crescimento constante, temos uma situação financeira completamente estável... nem sequer temos a troika entre nós... Por isso, podemos muito bem afastar empresas portuguesas competetentes e contratar empresas estrangeiras sem mesmo qualquer experiência no tipo de negócios que se pretende realizar...
E mais, com tantos secretários de Estado, com tantos acessores, com tantos técnicos na área financeira e na área dos negócios ainda é necessário recorrer a entidades privadas para acessorar o Estado nos seus negócios...?
O Xerife Penas está indignado!
E, agora, não venham dizer que todo este processo foi legal, porque se o foi - e duvido muito que o tenha sido - pelo menos, ético, não é!
E, o que é certo é que foram emitidos mandados judiciais fundamentados na "suspeita de prática de crimes de fraude fiscal qualificada, tráfico de influências, corrupção e abuso de informação privilegiada"...
Mas, sobre este caso, Xerife Penas falou, tá falado!
O Xerife Penas, preocupado com os acidentes que ocorrem nas nossas auto-estradas, sabendo aliás, que muitos deles ocorrem na própria faixa de segurança, quer partilhar este aviso com os seus seguidores a quem pede para também o partilharem: 