quinta-feira, 16 de maio de 2013

Qual é o receio de Fernando Negrão?

Fernando Negrão, deputado do PSD, membro da comissão constitucional da Assembleia da República, ex-candidato à Câmara Municipal de Setúbal e ex-director geral da PJ, ex ministro da Segurança Social, ex-juiz de carreira, defende uma ideia inacreditável!



Então não é que este senhor defende que os jovens do ensino básico não deviam ter contacto com a Constituição da República Portuguesa sem os preparar para o efeito. Este senhor deputado diz que ela é demasiado ideológica...

Pois é... pois é. 

Mas este senhor esquece-se que já jurou a constituição, assim como o fez Presidente da República...

Será que quando juram fecham os olhos e serram os dentes...?






A constituição é obviamente ideológica por natureza, na medida em que encerra, a própria forma de regime político, referindo, desde logo, no seu primeiro artigo que "Portugal é uma República". Será que, só por isso é atenta contra a democracia? Será que, o facto de excluir de forma absoluta o regime monárquico, não demonstra uma ideologia anti-monárquica? 

Mas, isso não parece afetar os nossos políticos porque todos querem um dia chegar ao honorável cargo de presidente da república...

O Xerife Penas não está a pugnar em prol do regime monárquico, não... Mas, está simplesmente a fazer a reflexão que o jurista Fernando Negrão lhe impôs com a sua tomada de posição. 

Sim, as palavras de Fernando Negrão fizeram pensar o Xerife Penas porque o Xerife Penas acha que a Constituição deve, pelo contrário, ser estudada não só por juristas frios e ideologicamente viciados, mas também por todos quantos se preocupam com a Justiça em sentido pleno e ainda e sobretudo por aqueles que ainda estão a moldar a sua personalidade...

Sabem o que o Xerife Penas pensa? Existem determinados valores constitucionalmente consagrados que devem ser interiorizados desde cedo para que nunca sejam desrespeitados e vilipendiados! Esses valores são os princípios, direitos e garantias fundamentais...

Será que são esses os valores que Fernando Negrão receia? Ou será o Preâmbulo da nossa constituição que tanto aflige um jurista ao ponto de querer proteger a constituição para só ser estudada por algumas elites...?

Vejamos o que diz o Preâmbulo...

 A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista.
Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa.
A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberdades fundamentais. No exercício destes direitos e liberdades, os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar uma Constituição que corresponde às aspirações do país.
A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.
A Assembleia Constituinte, reunida na sessão plenária de 2 de Abril de 1976, aprova e decreta a seguinte Constituição da República Portuguesa:


Será que é assim tão marcante e difícil de entender o sentido da Constituição? Este Preâmbulo é assim tão hermético que precise de ser descodificado por algum doutorado...?

Quem consegue perceber estes políticos? Quem? 

Como é que podem fundamentar esse seu receio do estudo prematuro da constituição? Qual é o medo de educarmos os nossos jovens no sentido de serem cidadãos civicamente comprometidos...?






Xerife Penas falou, está falado!

domingo, 12 de maio de 2013

O volte face de Portas

O volte face de Portas é extraordinário e, supostamente, também será "excecional"...

Mas, serão interesses nacionais que justificam mais um saque ao poder de compra dos reformados? Ou serão interesses partidários que justificam que após ter afirmado, aparentemente com toda a convicção, de que não seria aceite a TSU  agora, o CDS venha a admiti-la...?

Grande desilusão esta para os pensionistas que tinham confiado no patrocínio do centrista Paulo Portas que afirmava a pés juntos que preferia abrir as portas a uma crise política do que aceitar a TSU!

Pois, parece que o que ele abriu foi as portas de par em par para sair disparada a sua palavra...




Xerife Penas falou, está falado!