quinta-feira, 15 de março de 2012

PROGRAMA 16



Mata a mulher, a filha e a neta

      Crime hediondo, em Beja...
      Um homem matou a mulher, a filha e a neta de 4 anos.
      Francisco Esperança... Francisco Esperança cometeu este crime hediondo, em Beja.
      É verdade!
      Nunca houve semelhante coisa naquela cidade alentejana.
      Este homem, um ex bancário, já tinha algum cadastro atrás de si... já tinha algum cadastro atrás de si. Francisco Esperança era um homem complicado. Era um homem que gostava de beber. Era um homem que tinha uma mulher (diziam os vizinhos) que gostava de viver acima das possibilidades... uma mulher que ligava ao jet set.
      Mas, o que é que se passaria nesta casa, em Beja... Mas, o que e que se passaria nesta casa, em Beja?
      Provavelmente, muita coisa... provavelmente, muita coisa...
      Este homem tinha dívidas. Esta família tinha dívidas. Este homem, um ex bancário, o Francisco Esperança, já tinha sido condenado por dar um desfalque no banco onde trabalhava.
      Mas, parece que este homem atraía todo o mal... parece que este homem atraía todo o mal... Tudo o que era mau caía em cima de si...
      Imaginem só que, numa das viagens que ele fazia a Lisboa, atropelou um motard e matou-o.
      Fez um desfalque. Foi condenado.
      Atropelou um motard mortalmente...
      Tudo era mau nesta família... Tudo era mau, nesta família...
      Mas, havia uma coisa linda nesta família... havia uma coisa linda! Uma menina de 4 anos, uma menina de 4 anos que, provavelmente, assistiu, naquelas quatro paredes, a muito sofrimento, a muito álcool... a muito álcool.
      Francisco Esperança era um homem que bebia... era um homem que bebia muito (dizem alguns amigos). Mas, que, quando estava bom, quando não bebia, acho que era um homem agradável... acho que era um homem agradável.
      Mas, o que é que terá acontecido... o que se terá passado na cabeça deste homem para cometer um erro... um erro destes... para cometer um crime... um crime...? Morte da mulher...
      Assassina a mulher.
      Assassina a própria filha.
      Assassina a própria neta.
      À catanada!
      Mas, mais ainda...!
      Este homem vai correr para o parque da cidade já com os mortos em casa... estiveram, talvez, uma semana...
      Telefonemas... O namorado da filha telefonava e ele dizia que estava tudo bem... que estava tudo bem...!
      Já estavam mortas!
      O que é que se terá passado? O que é que se terá passado?
      As autoridades estão a investigar.
      Mas, agora, o que é que pode acontecer na cabeça de uma pessoa para fazer... para cometer um ato destes?
      Alguém conseguirá explicar isto?  Alguém conseguirá explicar o motivo de matar, à catanada, a própria mulher, a própria filha e a própria neta?
      Será que não haverá, aqui, outros motivos? Será que não haverá, aqui, outros motivos?
      O Xerife Penas investigou... investigou, leu, leu muito sobre este caso.
      Há um motivo que muita gente ainda não percebeu... que muita gente ainda não percebeu. Muito pouca gente terá reparado num pormenor...
       Este homem sofria de síndrome depressiva crónica... síndrome depressiva crónica! Tinha síndrome depressiva crónica há mais de 20 anos... Um advoga que o defendeu, quando ele deu o desfalque no banco, conseguiu provar, através de testes médicos. Exames periciais da altura referiam: "Francisco Esperança tem síndrome depressiva cronica".
      Na altura, o juiz desvalorizou o facto... o juiz desvalorizou o facto...
      Mas, este homem era um homem doente, para além de tudo o que possa acontecer, para além de tudo o que possa ter acontecido mais e que, neste momento, se suspeita... O namorado da filha suspeita, suspeita que tinha sido o pai da namorada o próprio pai da criança...
      Será?
      Não sabemos.
      Será?
      É uma suspeita que agora está no ar...
      Mas, uma certeza eu tenho: este homem tinha aquela doença. Isto está provado, provado... está escrito. Os médicos o disseram.
      O juiz, na altura, não quis saber...
      Este homem devia ser sempre acompanhado.
      Este homem, ainda por cima, tinha o vício do álcool... bebia bastante... não sabia o que fazer...
      Devia ter sido acompanhado.
      Este homem matou.
      Este homem, quando caiu na real, suicidou-se, suicidou-se na própria cadeia.
      Quanto ao resto das suspeições, as autoridades vão averiguar. E, um dia, se saberá o veredicto final.
 
      O Xerife Penas falou, tá falado!



Escravizou a mulher durante 44 anos

    Agora... este caso...
      Como é possível escravizar uma mulher durante 44 anos?
      Repare... 44 anos a escravizar uma mulher...
      Mas, como é possível acontecer isto em Portugal?
      Este homem vivia no meio de uma população... Também não vivia no meio da selva... Isto era uma casa, isto era uma casa em Sérem de Baixo, Águeda, no meio da população...
      Os vizinhos sabiam! Os vizinhos sabiam!
      Houve vizinhos que disseram: "Chamamos, várias vezes, a GNR! A GNR chegava lá e a Maria Eugénia dizia: "Não me levem o meu Manel... não me levem o meu Manel!"
      Este homem de 80 anos, Manuel Pereira, escravizou a mulher, Maria Eugénia que, agora, tem 66!
      Mas, a GNR nunca, nunca agiu...
      Agora, imaginem ao que isto chegava...
      A mulher comia restos e ele comia do bom e do melhor... a mulher comia restos...!
      Os vizinhos davam-lhe roupa, ele cortava a roupa toda, toda mesmo.
      Ele batia-lhe.
      Ele amarrava-a.
      Ele punha-lhe correntes nos pés para ela não fugir.
      Ele amarrava-lhe as pernas.
      Ele fazia-lhe tudo e mais alguma coisa.
      Batia-lhe.
      Dava-lhe uma colher de sopa, dava-lhe uma pancada.
      Dava-lhe um osso para ela comer, mais outra pancada.
      Partia-lhe os dentes.
      Partia-lhe os ossos.
      Nunca a levava ao médico.
      Mas, o que é isto, meus senhores? O que é isto, meus senhores?
      Não me venham dizer que essa senhora estará no seu perfeito juízo...não me venham dizer isso...
      Mas, quem é que quer ter uma escravatura durante 44 anos? Quem é que quer ter?
      Eles não tinham dificuldades económicas, mas viviam na miséria. Não havia água. Não havia luz. Não havia gás. Mas, o homem comia do bom e do melhor, este Manuel Pereira...
      Mas, a mulher, coitada, quando a GNR atuou mesmo, que chegou lá e o levou para a esquadra, ela gritava: "Não levem o meu Manel! não levem o meu Manel!"
      Mas, como é que nós podemos compreender isto? Mas, como é que nós podemos compreender isto?  
      Mas, a verdade é que isto foi mesmo assim... a verdade é que isto foi mesmo assim!
      Isto é um caso completamente inacreditável... inacreditável!
      Pois é...
      A GNR atuou. A GNR atuou.
      Este Manuel Pereira foi enviado para um juiz. O juiz disse: "Você não se pode aproximar da Maria Eugénia! Você não se pode aproximar da Maria Eugénia!" 
      A Maria Eugénia está, agora, numa instituição psiquiátrica de Aveiro. A Maria Eugénia está, agora, a ser tratada. A Maria Eugénia provavelmente vai perceber também que agia mal quando estava conivente com ele, quando aceitou... quando aceitou todo aquele sacrifício de 44 anos.
      Desta vez, a GNR atuou. As instituições atuaram em Portugal.
      Ainda bem... ainda bem, diz o Xerife Penas. Ainda bem!
      Dêem conhecimento às autoridades destes casos! Insistam! Insistam! Insistam!
      É um caso revoltante!

      Mas, o Xerife Penas falou, tá falado!
 

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