quinta-feira, 15 de março de 2012

PROGRAMA 14

Violava a irmã deficiente mental e ameaçava o pai


    Violava irmã deficiente mental... violava irmã deficiente mental, na Póvoa do Varzim... na Póvoa do Varzim.
      Vejam este caso muito, muito, muito degradante. Já todos sabiam que, nesta casa, havia um consumo exagerado de álcool. Já toda a gente sabia que era uma família problemática, muito, muito problemática.
      Um homem de 71 anos passava a vida a jogar às cartas no café. Mas, era um homem bom... era um homem bom. Mas, era também um homem do álcool... era também um homem do álcool. Um homem viúvo cujo passatempo principal era jogar às cartas.
      Mas, agora, reparem o drama desta família...
     Um desempregado de 41 anos que também era bêbado, que o seu estado normal era andar bêbado, violava a sua própria irmã... violava... violava a sua própria irmã ... e já há vários anos... já há vários anos!
      A assistência social ia a esta casa. A assistência social... repare... ia, ia a esta casa.
      Álcool por todos os lados! Álcool por todos os lados!
      Os vizinhos sabiam da miséria que lá acontecia. Os vizinhos sabiam de toda aquela miséria.
      Mas, repare, repare no que acontecia também nesta casa...
      A irmã, filha do homem de 71 anos que jogava às cartas no café era deficiente profunda... era deficiente profunda! Quase não falava! Quase não andava!
      Esta mulher triste, triste, quando algum vizinho a visitava, muito triste, muito chorosa, muito chorosa...
      Mas, o que é que se passava... o que é que se passava nesta casa? O que é que se passava dentro daquelas quatro paredes com esta mulher deficiente profunda?
      O pai no café.
      O filho bêbado constantemente, constantemente...
      Um dia alguém fez uma visita de surpresa... Quis entrar naquela casa... Uma pessoa mais atenta... Uma pessoa mais desconfiada quis entrar naquela casa.
      Entrou.
      E o que é que viu?  E o que é que viu?
      Viu o irmão bêbado a violar a sua própria irmã... a sua própria irmã, deficiente mental profunda! Ele batia-lhe. Ele pô-la nua. Ela estava com o corpo todo nódoas... só todo negro...
      Este homem era tremendo... tremendo!
      Mas, o que se veio mais a saber? O que é que se veio mais a saber?
      Por que é que aquele homem de 71 anos, pai do violador, e pai da deficiente mental (mas, muito, muito profunda)... por que é que ele passava o tempo no café?
      Nunca, nunca ninguém tentou perceber porquê... nunca ninguém tentou perceber porquê...
      Mas. a você que está aí em casa, eu, agora, vou dizer...
      Sabe por que é que o homem, este idoso de 71 anos passava o tempo no café a jogar às cartas? Sabe porquê?
      Era para fugir à violência do seu próprio filho... É que ele também lhe batia...
      Tinha vergonha...
      Não conseguia dizer isto... não conseguia dizer que o filho, aquele monstro que violava a irmã deficiente mental profunda, também lhe batia... também lhe batia.
      Este violador só não arranjou coragem para uma coisa... Este violador da Póvoa do Varzim só não arranjou coragem para violar a irmã na presença do pai. Por isso, é que ele dizia: "Ou vais para o café ou levas. Ou ficas, lá, no café, até às tantas, ou levas!" Porque ele não queria que ele sentisse o barulho que a irmã fazia... Ele não queria que ele sentisse o barulho que a irmã fazia...
      Este homem bruto... bruto!
      Pois é...
      É um caso degradante... mesmo muito, muito degradante!

     Mas, o Xerife Penas falou, tá falado!
     
     

 

Mata a filha, tenta matar a mulher e suicida-se

    Agora, mais um caso de que eu conheci... Mais um caso difícil de explicar...
      Eu não conhecia as pessoas envolvidas. Mas, conhecia algumas pessoas que sabiam e já desconfiavam daquilo que podia vir a acontecer nesta casa, em Nine... em Nine, Vila Nova de Famalicão.
      É verdade!
      Um ambiente degradante...
      O Hélio Carneiro era um homem toxicodependente. Para além disso, era um homem também dedicado ao tráfico de droga.
      Discussões em cima de discussões... muitas discussões, mesmo...
      Muitas vezes, os vizinhos tiveram de intervir.
      As autoridades sabiam... as autoridades sabiam o que se passava dentro daquela casa. Muitas vezes, não era só em casa... era também na rua.
      Este Hélio Carneiro era um homem extremamente complicado para com as pessoas que o rodeavam, mas, muito afável para com os outros, para com os vizinhos. Era um homem amável, mas, para além dos problemas que teve, para além de já ter estado preso por tráfico e consumo de droga, este homem não estava a conseguir lidar com as sucessivas tentativas que a sua mulher fazia, a Andreia, de se separar dele. Este homem não conseguia viver sem a mulher... não conseguia viver sem ela. Não conseguia viver quando ela a dizia: "Vou-me separar!"
      Ele desatava. Partia tudo... partia pratos... partia tudo. Batia-lhe...
      Mas, havia uma menina deste casal... Havia uma menina deste casal.
      Uma criança linda... era uma criança linda, mesmo... a Nádia...
      Pobre Nádia... 8 anos...!
      Muito cedo, ela conviveu com a prisão do pai.Muito cedo, esta menina de 8 anos conviveu com o mundo do crime.
      Esta menina triste. de olhos lindos, teve um fim, muito, muito triste! Mas, mesmo muito, muito triste!
     Numa daquelas desavenças... numa daquelas desavenças, o homem, que, entretanto, tinha comprado uma pistola...
      Pum!  
      Mata a filha!
      Tenta matar a mulher... dá-lhe um tiro na cabeça!
      E, a seguir, mata-se a ele próprio... suicida-se!
      Naquela povoação, toda a gente sabia o que acontecia. Naquela povoação, onde toda a gente sabia o que acontecia... em Nine, Famalicão... não houve uma alma caridosa que conseguisse evitar estas duas mortes!
      Uma menina morreu a sangue frio... oito anos... Morreu!
      Foi o seu próprio pai o autor do disparo!
      A mãe ficou a agonizar. A Andreia, de 30 anos, ficou a agonizar...
      Foi uma professora da Nádia que desconfiou que algo estava mal... que desconfiou que algo estava mal. Mas, desconfiou no próprio dia do crime.  No próprio dia do crime, ela chamou as autoridades que estava desconfiada, de que andava desconfiada... andava desconfiada...!
      A GNR irrompeu por uma janela dentro e ... viu este crime hediondo... Sangue por todos os lados... Uma menina morta no chão da cozinha... O pai, no quarto, morto... A mãe agonisava... A mãe agonizava também...
      Não morreu! Não morreu!
      Isto é tremendo! Isto é tremendo! Isto é tremendo!
      A mãe está viva. Os médicos conseguiram safar... O INEM entrou em ação rapidamente... conseguiu devolver-lhe a vida... a esta jovem de 30 anos!
      Mas, o que eu lamento tremendamente, o que eu lamento tremendamente é como ninguém, ninguém, ninguém alertou as autoridades para o crime que já se cozinhava há algum tempo.
      É triste! É triste! Mas, isto aconteceu...

      Xerife Penas falou, tá falado!

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