domingo, 18 de março de 2012

PROGRAMA 19





Perdoa a ex-mulher por o ter atropelado propositadamente


      Ambiente familiar completamente destruído... mas, mesmo completamente destruído.
      Uma médica, em Braga.
      Um engenheiro electro-técnico.
      Eram casados.
      Três filhos menores.
      Mas, imaginem o que é que aconteceu com esta médica e com este engenheiro electro-técnico...
      Desespero total.
      O homem não queria se separar dela. Ela queria se separar dele. Ele não estava a conseguir aguentar este ambiente.
      Os filhos, três filhos menores, sofriam. 
      Ele pendurou-se na janela do carro...
      Ela não esteve com contemplação. Arrancou. Arrancou. Levou-o de rastos. Levou-o de rastos. Tentou atropelá-lo.
      Os filhos choravam. Mas, ela arrancava... acelerava...
       Ele caiu.
      Foi para o hospital.
      Ficou todo partido. Mas, não morreu.
      Este engenheiro electro-técnico era um homem que gostava muito, que gostava muito daquela mulher, daquela mulher e dos seus filhos.
      Mas, a Glória Alves Moura, médica no Hospital de Braga, já não estava nessa... já não estava nessa... já não o queria mais.
      Mas sabe por que é que eu trago aqui este caso? Você sabe, sabe?
      É que este é um caso diferente... é um caso muito diferente dos outros casos que eu tenho trazido aqui. Na maior parte dos casos, o homem, o homem é que é o penalizado, é aquele a quem toda  a gente imputa a responsabilidade.
      Mas, este engenheiro electro-técnico adorava a mulher, adorava os filhos, não queria acabar com o casamento. A mulher, sim... a mulher queria.
      Mas, agora, reparem o que é que conteceu... reparem bem o que é que aconteceu...
      O homem, ferido no seu orgulho pôs a mulher em tribunal... ferido no seu orgulho, pôs a mulher em tribunal. Estava a tentar que ela o indemnizasse pelos danos causados. A indemnização era ainda elevada...
      Mas, repare... repare no coração de pai deste homem...
      Durante todo este processo, os filhos agarravam-se ao pai. Os filhos choravam: "Pai desiste da queixa. Não leves a mãe a tribunal. Pai, desiste da queixa!"
      A Glória Alves interiorizou todo o caso. A Glória Alves também começou a pensar nos filhos.
      E, na primeira sessão do julgamento, o engenheiro electro-técnico, mais uma vez, tentou fazer a conciliação. Pediu ao advogado para fazer a conciliação. O advogado da outra parte, da mulher, anuiu.
      Feliz feliz. Final feliz.
      Este caso não chegou a ser julgado. Este caso não chegou a ser julgado. Este caso terminou em bem. Ele desistiu de todas as queixas... ele desistiu de todas as queixas que tinha contra a mulher. E toda a gente já sabia que ele ia ganhar...
      Mas, disse-lhe: "Faço isto pelos meus filhos! Faço isto pelos nosso filhos! É por eles que eu estou a fazer isto. É por eles que eu vou acabar aqui com o caso. A ti, eu digo: saio da tua vida! Eu vou seguir a minha. Mas, os filhos são parte da minha vida também. Tu tens os teus filhos que são meus! É o nosso amor. é o meu amor que me une a eles que me está a fazer com que eu tome esta atitude!"
      O juiz, perante isto, só disse: "Excelente atitude que o Senhor está aqui a tomar. Excelente atitude que o Senhor está aqui a tomar. Os seus filhos vão ficar orgulhosos de si! Bem haja!"
      O Xerife Penas diz: "Bem haja!"

      E sobre este caso, o Xerife Penas falou, tá falado!

3 450 funcionários da Caixa Geral de Depósitos não vão sofrer quaisquer restrições salariais

    Agora, quem é que gosta de ser penalizado com os seus rendimentos do trabalho? Quem gosta de ser penalizado com os seus rendimentos... com os rendimentos do seu trabalho? Eu não gosto! Eu assumo aqui... eu não gosto!
      Mas, o caso que eu agora vos vou contar... o caso que eu agora vos vou contar passa-se no nosso país, passa-se no nosso pais. Eu não quero dizer que o meu país... eu não quero dizer, não quero ouvir dizer que o meu país, o país onde eu nasci, seja considerado uma República das Bananas. Eu não quero dizer isto... Mas, perante o caso, perante o caso que eu vos vou contar, eu tenho de dizer: isto está a ser uma República das Bananas.
      Se não veja...
      Caixa Geral de Depósitos...
      Veja bem...
      Eu ponho o nome... Caixa Geral de Depósitos.
      É ou não é um bano público? É ou não é um banco que gere a riqueza do país? É ou não é um banco que tem que gerir bem a riqueza do país?
      É...!
      Você sabe quantos funcionários tem a Caixa Geral de Depósitos?
      23 000... Tem 23 000 funcionários.
      Mas, isso não é mal nenhum. Eu digo... isso não é mal nenhum. Mas, agora, o que eu vos vou contar... isso sim! Isso é que me repugna! Isso é que me está a repugnar! É que eu também estou a ser penalizado com as novas leis! eu também estou a ser severamente penalizado com as novas leis.
      Os impostos que se paga são do trabalho. 
      Um autêntico roubo que nos estão a fazer...
      E, agora, imaginem...
      O banco público, o banco público arranjou uma maneira de fugir aos impostos! Mas, só arranjou para alguns... só arranjou para alguns... não foi para todos. Não foi para os 23 000... foi só para alguns. Mas, sabe para quantos foi? Sabe para quantos foi?
      15%...
      3 450 funcionários da Caixa Geral de Depósitos arranjaram maneira de fugir às suas contribuições salariais... arranjaram maneira... Para eles, as restrições salariais não vão caber!
       E sabe porquê?
      A administração geral, a administração geral da Caixa Geral de Depósitos é que propôs isto mesmo...
      Isto é uma barafunda total! Isto é uma barafunda total!
      Quem é que não se vai repugnar com isto? Quem? Quem? Quem, pergunto eu.
      Então, imaginem...
      3 450 funcionários da Caixa Geral de Depósitos, para fugirem aos impostos, para não serem penalizados nas suas contribuições salariais, sabe o que fizeram?
      Sabe o que a administração propôs?
      Aumentou-lhes... aumentou-lhes. Passaram para uma categoria superior. Passaram para uma letra superior. Aumentou-os de categoria. Passaram a ganhar mais dinheiro . E, assim, com o aumento do seu salário, engoliram completamente os descontos!
      Isto é a República das Bananas! É ou não é? Digam! Isto é ou não é?
      Quem é que não fica revoltado com isto? Quem é que não fica revoltado com isto?
      Isto passou-se! Isto passou-se! Isto passou-se na mesma semana em que o nosso Presidente da República disse que era pobre com 10 000 euros...
      Estão a gozar comigo! Estão a gozar comigo, de certeza! Só pode ser...! Estão a gozar comigo!
      Pois, é!
      Este caso é um caso, para mim, encerrado!

      Xerife Penas falou, tá falado!      


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