domingo, 18 de março de 2012

PROGRAMA 18


Idoso é assaltado, acorrentado e maltratado por jovem da sua confiança


    Homem é assaltado, espezinhado, muito, muito maltratado, acorrentado em Ponte de Lima.
      É verdade!
      Luís Correia era um homem de 84 anos. Um homem que se deslocava, muitas vezes, da sua freguesia de Freixo, no concelho de Ponte de Lima para a sede do concelho (Ponte de Lima).
      Era um homem que gostava muito de conversar. Era um homem bom que gostava, acima de tudo, de conversar nos cafés, na paragem do autocarro, no banco, sentado com alguns amigos que, entretanto, ia conhecendo. Gostava de jugar as suas cartas no jardim... Enfim,era um homem muito, muito conversador.
      Mas, havia também uma coisa que ele gostava de fazer que era conversar, mas com jovens, com jovens, com jovens. Ele passava-lhes a experiência de uma vida. Ele dizia aquilo que tinha sido. Ele dizia aquilo que tinha feito ao longo dos seus 84 anos. Luís Correia era bom, era um homem muito bom.
      Mas, nas conversas que ele tinha no banco dos jardins, na paragem do autocarro, nos cafés, ele conheceu um jovem. Um jovem que, para ele, era um jovem diferente, um jovem muito interessado, um jovem que perguntava quem ele era, o que é que ele tinha feito, onde é que ele morava, etc.
      Luís Correia, do alto dos seus 84 anos, de nada desconfiava...
      Luís Correia disse-lhe:
- Anda comigo, anda! Vamos no autocarro. Vais conhecer, vais conhecer a minha casa. Anda, vem comigo!
      Luís Correia fazia mesmo muita confiança neste jovem... muita confiança neste jovem, mesmo.
      Mas, o jovem dizia:
- Não... não... não... não, Senhor Luís! Eu não vou... não, não posso... tenho outros compromissos.
      Mas, o Luís Correia, sempre que ia à vila de Ponte de Lima, procurava falar com aquele jovem. Ele gostava dele... caiu-lhe no goto...!
      Até que, um dia, apareceu-lhe o jovem:
- Olhe, Senhor Luís, eu, hoje, vou consigo!
- Pronto! Vamos no autocarro!
      Entrou no autocarro sairiam na paragem que deveriam de sair. Mas, o jovem disse:
- Senhor Luís, espera aí! Eu, hoje, vou alugar-lhe um táxi. Vamos de táxi para a sua casa.
      E o homem cedeu e foi de táxi.
      Só que ele não sabia o que lhe ia acontecer... O Luís Correia.... o Luís Correia de 84 anos não sabia o que lhe ia acontecer...
      Depois de muitas conversas... muitas conversas, esse jovem já sabia de tudo da vida dele... Já sabia que ele tinha dinheiro. Já sabia que ele tinha ouro. Já sabia que ele tinha valores em casa...
      O táxi parou. Foi-se embora.
      E o jovem, mal o homem entrou dentro de casa, apontou-lhe uma pistola e disse-lhe:
- Isto é um assalto!
- Mas, o que é que tu me vais fazer?
- Eu vou assaltá-lo! Onde é que você tem o ouro? Onde é que você tem o ouro?
      O homem, atónito, não sabia o que é que fazia.
- Onde é que você tem o ouro? Onde é que você tem o ouro?
      O homem disse-lhe:
- Está ali! Está ali! Vai àquela gaveta! Vai àquela! Vai àquela!
- Espera aí... eu que você também tem dinheiro... Onde é que está o dinheiro? Onde é que está o dinheiro?
      Pontapé. Mais pontapé. Mais um soco. O homem não dizia, mais um soco. Amarrou-o, amarrou-o, pés e mãos. Amarrou-o à cama. Fez-lhe de tudo, tudo, tudo... Despiu-o completamente, inclusivamente...
      Encontrou o dinheiro. Roubou-lhe mil e quinhentos euros. O homem ficou praticamente na desgraça, sem nada... sem nada!
      Entretanto, chegou uma companheira, uma jovem de 20 anos. Também ajudou... também ajudou à festa!
      Prenderam-no.
      Levaram-lhe as chaves.
      Luís Correia ficou horas... horas... horas, ali. Não havia ninguém, ninguém que conseguisse salvar este homem. Mas, ele ainda ficou com algumas forças...
      Este homem que passou, provavelmente, algumas horas de completa aflição... ainda... ainda tinha algumas forças e conseguiu libertar-se das cordas, das amarras, telefonou para a GNR. A GNR arrombou a porta. E ele disse: "Assaltaram-me! Foi um indivíduo com quem costumo falar em Ponte de Lima... mas, eu não sei o seu nome... um moço para aí com vinte anos, veio com a namorada também a seguir... que ela apareceu aqui".
      Pois é...
      Luís Correia aprendeu uma lição... Luís Correia aprendeu uma lição. Não se pode dizer tudo... Não se pode dizer tudo a algumas pessoas!
      Este caso está a ser julgado no tribunal em Ponte de Lima. Este caso vai ter uma sentença.

      Mas, o Xerife Penas falou, tá falado!
       

Um jovem de 19 anos, um verdadeiro terror

   Agora, tome nota... Fixe bem as minhas palavras... Veja, agora, o caso que lhe vou contar...
     Pedro Lourenço, um jovem de 19 anos, um jovem que devia ser, como tantos outros, um jovem que devia ser um exemplo para outros jovens... ainda um jovem com 19 anos... no fundo, na flor da idade... Este Pedro Lourenço de Abrantes era um terror! Era um terror!
      Os relatórios que existiam sobre este jovem eram devastadores. Todos os organismos de apoio a famílias, da Segurança Social, dos tribunais... (o juiz, um dia, disse: "Você é completamente louco! Você é um jovem louco!") eram verdadeiramente assustadores... todos os relatórios, policiais, judiciais, onde estava o nome de Pedro Lourenço, este jovem de 19 anos.
      Imaginem...
      Este jovem de 19 anos, já fez mais de 100 assaltos... 100 assaltos!
      Imaginem...
      Vandalizou dezenas e dezenas de viaturas.
      Assaltos à mão armada. Assaltos altamente violentos. Violência extrema mesmo. Chegou inclusive a tirar partes do corpo das pessoas...
      Era os esticões a pessoas idosas. Era os esticões a meninas junto das escolas. Era tudo.
      Até o Presidente da Câmara de Abrantes viu o seu carro completamente vandalizado... Mas, ele vandalizou centenas... Não estou a mentir... Isto é verdade... centenas!
      Este moço era verdadeiramente tenebroso... mesmo, mesmo, mesmo.
      Mas, agora, repare...
      Como é que um jovem de 19 anos, em Abrantes, que não é um meio muito grande... como é que as autoridades atuaram perante ele? Como é que as autoridades atuaram perante ele? Ele era muito, muito conhecido... A policia prendia-o, entretanto, o rapaz ainda não tinha 18 anos, ia para uma associação, para um casa de correção. Passados uns dias, estava cá fora.
       A polícia prendia-o, ia para a mesma casa. Passados uns dias, estava cá fora.
       Mais um assalto. Mais um roubo violento.
      O Pedro Lourenço só não matou. Mas, não matou por mero acaso.
      Mas, onde é que estão as instituições deste país? Um jovem com 19 anos com este cadastro todo e ninguém o segura?
      Mas, como é que isto é possível?
      Ninguém o segura...!
      Isto é revoltante!        
      O Pedro, o Pedro continuou. Mas, o Pedro esqueceu-se que não tinha sempre 16 anos... o Pedro esqueceu-se de que não tinha sempre 16 anos!
      Ele foi subindo também na idade... 17, 18, 19 e, aos 19, a polícia voltou a dar em cima dele... voltou a dar em cima dele. Prendeu-o... prendeu-o, a ele, e a mais dois amigos... a ele e a mais dois amigos.
      E, agora, a comunidade local começou a pressionar: "Agora, tens que ser preso! Agora, tens que ir a julgamento!
      E foi o que aconteceu... foi o que aconteceu.
      O Pedro mais os dois compinchas foram presos. Foram julgados.
      Agora, o Pedro, com 19 anos foi sentenciado. Já tem uma sentença: onze anos de cadeia! Onze anos de cadeia! Foi a sentença e, digo eu: "Muito bem, Senhor Juiz!"
      Este homem, este moço (eu não vou dizer este homem)... este moço (só tem 19 anos) levou onze anos de cadeia.
      Mas, a atenção que eu chamo é para as nossas instituições. Isto não pode acontecer mais no nosso país! Não pode!

      Xerife Penas falou, tá falado! 
     
 

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