O Xerife Penas teve
conhecimento de uns casos, cada vez mais frequentes de tráfico
de droga que se tem realizado por via aérea entre o norte de
África (Marrocos) e Portugal (Alentejo).
Pois é…
As planícies
do Alentejo são propícias à construção
de pistas de aterragem para aviões de pequena dimensão
que possam voar a baixa altitude e assim escaparem à vigia dos
radares aéreos.
Assim, a GNR e a Força
Aérea têm vindo a fiscalizar os céus e as terras
planas alentejanas e a fazer o levantamento das pistas de terra
batida onde é possível aterrar no Alentejo.
"Muitas dessas
pistas são caminhos abertos no interior de herdades", diz
um oficial da GNR que pede para não ser identificado.
Mas, mais do que
isso, as autoridades vêem-se a braços com uma realidade
em constante alteração, na medida em que a configuração
e localização dos terrenos e herdades alentejanas, até
pela sua desertificação, permitem a construção
diária de novas pistas que são logo abandonadas e
substituídas por outras. O que dificulta de sobremaneira o
trabalho das nossas autoridades.
Pois é…
Mas, nem sempre as
coisas correm bem neste correio da droga... Nem sempre estes pilotos
do crime conseguem fugir aos radares… Por vezes, os controladores
de serviço nos postos de radar da Força Aérea
conseguem detetar o sinal de um avião que sabem estar a voar
à margem da lei. E, de imediato, acionam a parelha de caças
F16 de alerta na Base de Monte Real, nos arredores de Leiria que
levanta voo no seu encalço e o interceta. Foi precisamente o
que aconteceu em Novembro de 2010, em plena Cimeira da NATO, em
Lisboa, um F16 interceptou um desses aviões da droga e
obrigou-o a aterrar no Aeródromo de Vila Real de Santo
António.
Mas, estes aviões
da droga têm algo de especial.. Não são aviões
comuns, mas sim modificados.
Pois é…
Os motores são
modificados de forma a permitirem descolagens com maior peso de
carga, e são-lhes colocados tanques suplementares de forma a
permitirem uma maior autonomia de voo, para facilitar alguma
alteração de rota, caso seja necessário, como
por exemplo, para fugir às autoridades. Assim, segundo uma
fonte policial, "cada aparelho, apenas com um piloto, pode
carregar em segurança 500 quilos de heroína ou
cocaína”.
E assim, porque se
trata de pilotos experientes e aventurosos, muitas vezes, a viagem
compensa o risco.
Pois é… se
fizermos as contas, valendo, na rua, meia tonelada de heroína
ou cocaína cerca de 250 mil euros e o transportador - o
piloto, que na maior parte das vezes é o dono do avião
- cobrando pelo menos 10 ou 15 por cento, cada voo clandestino entre
Marrocos e o Alentejo rende-lhe entre 25 e 37 000 euros!
E, por ser rentável
é que o negócio continua em clara expansão…!
É portanto,
tempo de pôr cobro a este tipo de negócio criminoso!
O Xerife Penas sabe
que existem planos para a instalação de radares móveis
ao longo das rotas de intrusão pelo Guadiana - radares que
permitam seguir de perto qualquer avião não
identificado. E, por isso, o Xerife Penas espera que essa instalação
seja realizada o quanto antes de forma a libertar os nossos céus
do correio do crime.
Xerife
Penas falou, tá falado!
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